15 julho 2010

"There's no dark side of the moon really, matter of fact it's all dark."

Hoje me deu vontade de escrever sobre um disco que marcou a minha vida e, sem dúvidas, é um grande clássico da música.
Dark side of the moon da banda inglesa Pink Floyd é um disco de 1973, gravado no consagrado Abbey Road Studios em Londres, que retrata as pressões da vida como tempo, dinheiro, guerra, loucura e morte.
O disco é uma expressão de empatia política, filosófica e humanitária que estava louca pra sair de Roger Waters, David Gilmour, Richard Wright e Nick Mason.
Foi feito em um momento em que os músicos estavam mais criativos e abertos, provavelmente pela idade, pela época e por toda aquela repressão que assombrava o mundo do rock.
Após a saída de Syd Barret, eles não sabiam ainda pra onde seguir, que rumo tomar. Estavam perdidos, pois, a pulsação da banda havia partido.
A banda ficou impressionada após a perda de sua peça chave de inspiração, o compositor havia partido e deixado uma grande sombra sobre o grupo. Foi quando o Floyd entrou em sua era glacial, em que as coisas simplesmente aconteciam, Set the controls of the heart and sun é um exemplo claro disso.
E quando Gilmour se tornou membro em 1968, e começou a se apaixonar por aquela coisa psicodélica, eles seguiram adiante com grande parte de suas músicas sendo instrumentais e de uma forma experimental. Mas sempre conservando a melodia, como é exposto no album Meddle.
Echoes mostra claramente a direção que estavam seguindo. Um épico triste, psicodélico, progressivo e encantador. Ela foi o começo de toda a escrita sobre outras pessoas, o começo da empatia clássica do Pink Floyd se preferir, algo tipo;
'Dois estranhos passando na rua. Dois olhares que se encontram. E eu sou você. E o que vejo sou eu'.
E essa fase da banda houve uma erupção em Dark side of the moon.
As idéias que Roger Waters explorou aplicam-se às novas gerações, elas ainda têm as mesmas relevâncias que tinham. A forma como Dark side articula o sentido da desilusão do adulto é totalmente intemporal.
Era algo teatral, sobre como era viver no mundo moderno. As pressões que empurram você em uma ou outra direção, seja para a insanidade, morte, cobiça, e o que quer que seja há sempre algo sobre a visão newtoniana daquela física interessante. E o álbum trata justamente disso.
Um grande fator do sucesso de Dark side of the moon é pelo fato de ser muito rico, são muitas canções, muitas idéias reunidas em um único disco. Tem valores pop tradicionais, você pode cantar junto as canções, mas também pode te levar a lugares se quiser ouvi-lo no escuro.
Particularmente acho que é o disco de todos os tempos (tanto que na minha formatura da faculdade eu entrei ao som de Time), ficou nas paradas por 750 semanas, quase 14 anos. É um álbum incrível, não só em termos de vendas, mas também em influência. Foi onde a música underground, o rock progressivo tiveram sua vez. E vale lembrar do grande conceito da época, era o auge do Glam Rock, todas as fantasias pop de Stevie Bowie. E surge o Pink Floyd com um álbum contendo temas pesados até então.
Ele pode ser o disco-conceito definitivo, porque o conceito, as canções, os espaços na música estão lá mas ele não tira nada da imaginação. É completo, é nítido, é lindo.
Dark side of the moon começou numa sala de ensaio em londres, em um depósito que pertencia aos Rolling Stones, onde os Floyds faziam jammings* durante horas.
Muitas das músicas saíram em jammings nessas salas de ensaio, algo como tocar mi menor e por uma hora ou duas e ver o resultado.
Roger trazia as letras porque ele realmente tinha coisas a dizer, e, era a primeira vez que ele escrevia todas as letras, era a força propulsora do grupo.
David era brilhante nos vocais duplicados, na sua guitarra triste, porém, por outro lado com uma qualidade espacial, cristalina e quase etérea.
Foram a primeira banda a tentar fazer a música do futuro, muita coisa acontecia na melodia, passos, batimentos cardíacos, tudo para causar uma tensão extra. O que fez realmente ser uma viagem.
Acho que todos deviam apreciar pelo menos uma vez na vida essa obra-prima do rock. Vale muito a pena. :)
*Jamming na minha definição seria algo como tocar improvisos, colocar a alma no instrumento, mostrar os seus sentimentos em forma de música.

Faixas
"Speak to Me/Breathe" - 3:59
"On the Run" - 3:35
"Time/Breathe (Reprise)" - 7:04
"The Great Gig in the Sky" - 4:48
"Money" - 6:24
"Us and Them" - 7:49
"Any Colour You Like" - 3:26
"Brain Damage" - 3:50
"Eclipse" - 2:04

"Por mais que você viva, e alto você voe
sorrisos dará e lágrimas chorará
e tudo o que você toca e tudo o que você vê
é tudo que sua vida sempre será"

-Breathe

2 comentários:

  1. Excelente post...

    Sempre Pink Ployd!!!

    Parabéns, belo blog...

    MUITO BOM!!!

    Acesse...

    http://mailsonfurtado.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. Pink Floyd sempre é bom!!!!



    Adorei o blog!

    ResponderExcluir