27 julho 2011

Teu cabelo de cores inconstantes
Tua gargalhada gostosa dos desastres em comum
Teu semblante marcante
E teu cheiro doce que não existe em lugar algum
São pequenos detalhes da essencial carta do meu baralho que és tu
Peça fundamental do meu jogo da vida


Corajoso sempre serei
E do teu lado nunca sairei

18 julho 2011

Por ti, duas décadas esperei
E como uma brisa de aço fundida em paixão, veio e se foi
O teu amor não esqueci e em ti me acalentei
Em outros braços quase despertei, mas só seria se fosse nos teus
Totalmente diferentes, companheiros e amantes
Sempre dentro de mim, cravado na minha memória os teus olhos ao amanhecer
Amor meu, amor teu
Ontem me quis, hoje ainda sou teu

08 julho 2011

Curto é o caminho do apreço ao desprezo.

07 julho 2011

Um novo mundo, cheio de alegrias e descobertas, qualquer um é capaz de oferecer.
Afinal, cada um de nós é um universo.
Arranca do peito o que te mata, guri.
Doa o quanto doer.
Rasga se preciso, mas arranca logo.
Você tem que viver.

06 julho 2011



      O relógio apontava 6:43 da manhã quando Martha entrou no quarto.
      - Acorda moleque, você tem que ir pra escola - disse ela apressada.
      - Tá frio, mãe.
      - Com o tanto de blusas que você tem, daria pra você explorar a Rússia toda. Agora levanta.
      - O frio vem de dentro - disse ele.
      - Nos primeiros meses é sempre mais duro, mas vai passar. Tempestades vêm e vão, acredite, filho.
      E ele se levantou e foi em direção ao banheiro. Lavou o rosto, penteou os cabelos de qualquer jeito, escovou os dentes e desceu.
      - Toma, vai comendo.
      Foi caminhando lentamente em direção ao colégio. Tinha o costume de ir todos os dias por um caminho diferente. Seu pai lhe ensinara a primeira lição de como não ser um prisioneiro da rotina.
      Ao dobrar a esquina, já havia acabado seu sanduíche e tirou do bolso uma caixa de Camels maltratada. Acendeu um e seguiu. Como de costume, fechou os olhos após a primeira tragada e pôde sentir o relaxamento instantâneo proporcionado pelo primeiro cigarro do dia.
      Era um rapaz diferente e sabia disso. Talvez por suas roupas e seus gostos musicais, ou sua incessante vontade de descobrir o real sentido da vida ao invés de viver junto de toda aquela futilidade adolescente. Não tinha muitos amigos, Thoreau acompanhava-o onde quer que fosse. Ao chegar no colégio evitou a multidão, ainda não se sentia preparado pra aquilo. Sentia que os olhos o vigiavam. E era provável que o fizessem, afinal, muitos o culpavam.
      Naquele dia, algo curioso aconteceu. Quando estava ali sentado sobre as mãos, esperando o bater do sinal, viu uma garota andando depressa com a cabeça inclinada pra baixo. Ela tinha passos firmes, e que eram firmes até demais pro sapato roxo de boneca que usava. Trajava também meias pretas e vestido com tons de lilás e botões pretos. A única cor quente que munia era a de seus cabelos.
      Após a aula, no caminho da volta, a viu sentada em baixo de uma árvore próxima à calçada com um livro na mão. Ao chegar mais perto, reconheceu a capa a abordou:
      - Nunca pergunte por quem os sinos dobram, ele dobram por ti - Disse ele.
      - Olha, e não é que algum caipira dessa cidade conhece Hemingway?
E sorriu.
      - John Donne.
      - Como?
      - Isso é John Donne, não Hemingway.
      - Claro que não, eu tenho o livro bem aqui - disse ela com cara de espanto.
    - O poema de John Donne inspirou Hemingway a escrever o romance, pesquise qualquer hora.
      - É claro que farei.
      - A propósito, sabe o que significa a expressão?
      - Na verdade, não. Apesar de estar adorando o livro.
      - Ele diz que todos os homens são parte de um único continente e não apenas uma ilha. E quando alguém morre, também morre um pouco de você. Por isso nunca pergunte por quem batem os sinos da morte, eles também batem por ti.
      - Uau, lindo e forte.
      - Obrigado. Disse ele com um sorriso falso.
      - Eu não estava falando de você, idiota.
      - Eu sei, estou brincando.
      - Muito engraçadinho você. E metido.
      - Desculpe. Como se chama?
      - Digamos que você pode me chamar de Cecília, e você?
      - Prazer, Pedro.

02 julho 2011

Cada experiência é única.
Um cheiro.
Uma brincadeira.
Uma volta no bosque se equilibrando no meio-fio.
Uma história.
Um desafio.
Um mundo.
Sem arrependimento.
Sem mágoa.
Sem desprezo.
Apenas o querer bem.

01 julho 2011

Hoje ouvi uma moça do meu trabalho dizer que a vida nos dá apenas uma oportunidade.
E o entusiasmo e adrenalina de entrar pela janela quando a vida nos fecha uma porta?
O que te dizem de ruim não pode ser mais valioso do que o que você sabe que tem e faz de bom. O importante é o que sabe e espera de si.
Novos ventos sempre estão a caminho. :)